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Maternando na Pandemia Ep. 1 – Por Marina Fileto

Meu nome é Marina, sou mãe do Filippo, mais conhecido como Pippo! Meu primeiro filho.


No início da pandemia no Brasil, em março de 2020, ele estava com 8 meses. Eu havia retornado de licença maternidade no final de janeiro, e no início de março, minha empresa adotou o home office total. Ou seja, acabei trabalhando fora menos de 2 meses depois do nascimento dele. Eu optei por deixá-lo com babá no meu retorno ao trabalho, mas com a pandemia, preferi mantê-la na casa dela.

No primeiro mês, apesar da readaptação ao trabalho e ao novo contexto de vida, tendo meu marido também 100% de home office, até que não foi tão desgastante, já que o Pippo não andava ainda, mas, sem dúvida, era extremamente exaustivo ter que trabalhar, cuidar da casa e cozinhar tanto para nós, quanto para ele separadamente.

Com o passar do tempo, além de ele ir ganhando mais habilidade motora e começar a querer dar os primeiros passos, ele passou a dormir menos vezes ao dia, o que não nos permitia tirar os olhos dele quase que todo o tempo, o que nos requeria muita atenção. Graças a Deus, a empresa que eu trabalho foi muito consciente e compreensiva com toda a situação, muitas vezes o Pippo "participou" de reuniões importantes.

Mas, em maio, veio o maior desafio, eu recebi uma proposta de mudar para a área que eu tanto almejava, só que com isso, vieram muitos desafios, treinamentos, integrações, e o handover para a pessoa que ficaria no meu lugar. Aí sim, eu precisava dedicar mais tempo e atenção ao novo trabalho. Minha agenda passou a ser atrelada à do meu marido. Nos revezamos para fazer as reuniões, e com isso a casa foi sendo deixada de lado.

Em junho, o Pippo estava para completar 1 ano, eu estava esgotada, não conseguiria mais ficar naquela situação, e eu sou do interior, então, tanto meus pais quanto os pais do meu marido moram a mais de 400km daqui, não podiam ajudar. Nesse momento, eu resolvi pedir ajuda à pediatra sobre o que fazer, a babá continua sem vir. Foi então que ela me disse para testá-la. Caso ela estivesse com algum sintoma, que ela fizesse o PCR, caso não, que ela fizesse a sorologia e para minha surpresa (e alegria!) deu nos exames que ela já havia tido contato com o vírus e tinha adquirido anticorpos!!! Pedi então que ela voltasse no dia seguinte, e isso foi no final de junho.



Sem dúvida, a nossa vida era outra, conseguíamos focar no trabalho. As tarefas da casa continuaram comigo, mas com a babá cuidando dele durante a semana me ajudava muito, especialmente nesse momento que ele começou a andar e querer mexer nas coisas que não podia. De uma forma geral, o trabalho 100% de home office para mim foi muito positivo.

Tivemos, sim, (e ainda temos) alguns perrengues, gritos e choros ao fundo de uma reunião,  momentos de sufoco as vezes ( um dia, no meio de uma reunião meu marido apareceu com ele engasgando, tive que sair do nada para fazer as manobras até ele cuspir um plástico que tinha parado na garganta), enfim, apesar dos percalços, digo que foi positivo, pois acho que é extremamente raro a oportunidade de uma criança ter ambos pai e mãe em casa, o tempo todo, acompanhando todo seu desenvolvimento no seu primeiro ano de vida.

Estar perto dele, vendo ele crescer, ensinando, observando acho que faz toda a diferença para ambos os lados. É cansativo? Extremamente, mas tendo essa ajuda que eu tenho, vale a pena, só a economia de tempo que eu perdia no trânsito, cerca de 1h30/2h por dia, tempo esse que posso aproveitar para sair com ele, leva-lo ao parque no final da tarde, não tem preço.

 

Por Marina Fileto

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